Fala-me de um Dia Perfeito - Jennifer Niven #livrodavez

Olá Olá,


Numa das minhas andanças pelos diversos blogs que sigo na blogosfera (maioritariamente brasileira, admito), encontrei várias dicas de livros com personagens depressivas. O post em questão chamou-me atenção, pois ao contrário da leitura que eu costumo preferir, a verdade é que, nos livros do Nicholas Sparks as personagens que na vida real morreriam e nas obras dele também morrem, acabam por se tornar os meus favoritos.

Ler para mim não é só uma forma de passar o tempo, ou de fugir à realidade. Ler para mim é também uma forma de vermos o mundo por outros olhos, outra mente e de outras sensações. Uma das temáticas que ainda me custa ler (mas cada vez menos admito) são aquelas onde encontramos personagens depressivos, histórias que abordam temas que na nossa sociedade são tabus.

Nos telejornais, na rádio, nas revistas muito se fala das doenças do foro psicológico, mas ainda muito se esconde sobre elas. A verdade é que existe um preconceito muito grande da sociedade para com as pessoas com alguma perturbação psicológica, seja um esgotamento, uma depressão, a bipolaridade, entre outros.

Daí o tal post me ter interessado, porque eu ainda me considero uma pessoa algo preconceituosa em relação a esse género de doenças. Acho que muitas pessoas utilizam as doenças do foro psicológico com demasiada leviandade e acabo por meter tudo no mesmo saco - as que realmente têm algum tipo de doença e aquelas que são simplesmente más e se desculpam com isso.

Enfim, uma introdução tão grande para dizer que acabei por comprar o Fala-me de um Dia Perfeito da Jennifer Niven. Eu não sabia grande coisa do livro, a não ser que a história retratava duas personagens adolescentes com diferentes perturbações psicológicas.

Quando o comecei a ler, admito que não entendi logo a história. Aliás postei inclusivamente uma foto no meu instagram @filipagomesmelo onde demonstrei a minha dificuldade com a leitura dele. Pois  livro tem dois narradores, as personagens principais, uma é a Violet e o outro é o Finch.

Violet, é uma miúda cuja vida corria maravilhosamente bem, uns pais espectaculares, uma irmã que a completava, amigos, boas notas. Enfim tudo o que um adolescente podia querer, até ao dia em que numa saída com a irmã elas sofrem um acidente de carro, a irmã morre e ela safa-se sem nada de muito especial.

Finch, vem de uma família disfuncional. O pai saiu de casa à uns anos e foi viver com a amante, deixando a mãe destroçada que mal olha por ela quanto mais pelos filhos. Ele acaba por se tornar o homem da casa, mas completamente invisível. A relação com o pai também não é das melhores, ao longo do livro vamo-nos apercebendo que o pai sempre o maltratou fisicamente. Ele sabe que é diferente da maior parte das pessoas, simplesmente não sabe o motivo. Os amigos dele aceitam-no como ele é, mas a sociedade acha-o um esquisitóide.

A forma como os dois travam conhecimento é espantosa, do meu ponto de vista, estão os dois do mesmo sitio - o campanário do liceu. E estão os dois lá, pelo mesmo motivo, com razões diferentes e a sociedade vê-os com olhos diferentes, tudo porque o Finch já foi rotulado como esquisitóide.

Eu gostei de como a autora abordou toda a temática da depressão e da bipolaridade. Aliás só mesmo no fim do livro é que fiquei a saber os motivos pelos quais ela é tão conhecedora destas temáticas.

Eu não achei o livro fácil de ler, honestamente. Sem dúvida é muito cativante, mas algo chocante muitas vezes na forma crua como a personagem Finch mostra os seus pensamentos. A personagem Violet, acaba por ser muito mais secundária no enredo. É um livro que nos despe os sentimentos, que nos deixa com uma sensação incómoda enquanto o lemos. É uma temática que não é fácil de digerir, se assim quisermos chamar.

Nem sempre percebi muito bem aquilo que li e sinceramente vou torná-lo a ler daqui a uns tempos, pois acho que esta primeira leitura foi muito bruta para mim. De todo é uma temática que estou habituada a ler e cativou-me, aliás já estou a ler outro..

Quem sabe na segunda ronda do livro não faço uma actualização a este post.


Beijinhos,
FM